terça-feira, 15 de novembro de 2011


União Ibérica
No ano de 1578, durante a batalha contra
os mouros marroquinos em Alcácer-Quibir, o rei português dom Sebastião
desapareceu. Esse evento iniciou uma das mais complicadas crises sucessórias do
trono português, tendo em vista que o jovem rei não teve tempo suficiente para
deixar um descendente em seu lugar. Nos dois anos seguintes, o cardeal dom
Henrique, seu tio-avô, assumiu o Estado português, mas logo morreu sem também
deixar herdeiros.
Imediatamente, Filipe II, rei da
Espanha e neto do falecido rei português D. Manuel I, se candidatou a assumir a
vaga deixada na nação vizinha. Para alcançar o poder, além de se valer do fator
parental, o monarca hispânico chegou a ameaçar os portugueses com seus
exércitos para que pudesse exercer tal direito. Com isso, observamos o
estabelecimento da União Ibérica, que marca a centralização dos governos
espanhol e português sob um mesmo governo. A vitória política de Filipe II
abriu oportunidade para que as finanças de seu país pudessem se recuperar após
diversos gastos em conflitos militares. Para tanto, tinha interesse em
estabelecer o comércio de escravos com os portugueses, que controlavam tal
atividade na costa africana. Além disso, o controle da maior parte das
possessões do espaço colonial americano permitiria a ampliação dos lucros
obtidos através da arrecadação tributária.
Apesar de todas estas vantagens, o imperador espanhol teve a astúcia de manter
uma significativa parcela dos privilégios e posições ocupadas por comerciantes
e burocratas portugueses. No Tratado de Tomar, assinado em 1581, Filipe II
assegurou que os navios portugueses controlassem o comércio com a colônia, a
manutenção das autoridades lusitanas no espaço colonial brasileiro e o respeito
das leis e costumes brasileiros.
Mesmo
preservando aspectos fundamentais da colonização lusitana, a União Ibérica
também foi responsável por algumas mudanças. Com a junção das coroas, as nações
inimigas da Espanha passam a ver na invasão do espaço colonial lusitano uma
forma de prejudicar o rei Filipe II. Desta maneira, no tempo em que a União
Ibérica foi vigente, ingleses, holandeses e franceses tentaram invadir o
Brasil. Entre todas essas tentativas, podemos destacar especialmente a invasão
holandesa, que alcançou o monopólio da atividade açucareira em praticamente
todo o litoral nordestino. No ano de 1640, a chamada Restauração, definiu a
vitória portuguesa contra a dominação espanhola e a consequente extinção da
União Ibérica. Ao fim do conflito, a dinastia de Bragança, iniciada por dom
João IV, passou a controlar Portugal.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola
Fonte: http://www.brasilescola.com/historiab/uniao-iberica.htm
VÍDEOS:
http://www.youtube.com/watch?v=3zEhMpk6KEo
http://www.youtube.com/watch?v=xuEmDosqqAk&feature=related


A CENTRALIZAÇÕ DO PODER: o governo – geral.

O governo geral foi criado em um momento de crise como já se disse. Portugal a cada ano se tornava mais dependente das riquezas extraídas do Brasil e por isso a Coroa resolveu estabelecer aqui um funcionário de confiança. Em função disso e do fracasso das capitanias hereditárias, o governo Português criou o governo – geral no Brasil, forma de poder centralizador e controlador das riquezas coloniais. Todos os poderes públicos exercido pelos donatários passaram para as mãos do governador – geral, mesmo sob os protestos de Duarte Coelho, que alegava estar cumprindo todas as obrigações assumidas como o rei de Portugal. Assim em 1548 Portugal autorizou o regimento que ficou conhecido como: Regimento Tomé de Sousa, que instituía o Governo Geral.

Em 1549, foi fundada a vila de Salvador na Bahia, para ser a sede desse governo. Antes de ser transformada em capitania real, a Bahia havia sido recuperada pelo rei Português mediante pagamento de indenização aos herdeiros de Francisco Pereira Coutinho.Tomé de Souza trouxe os primeiros padres jesuítas para a colônia, entre eles, Manuel da Nóbrega. Foi fundado o primeiro Bispado no Brasil, dando início à organização da Igreja Católica em nossas terras. Também foi notável o esforço do primeiro governador – geral em promover a vinda de pessoas interessada em viver na colônia.

Tomé de Souza trouxe as primeiras cabeças de gado para o Brasil e as distribuiu entre os colonos, a fim de que se formassem os primeiros rebanhos bovinos em terras brasileiras.

Tomé de Souza foi substituído por Duarte da Costa, que governou entre 1553 e 1558. O terceiro governador foi Mem de Sá que governou entre 1558 e 1572. Men de Sá tentou apaziguar os conflitos internos entre colonos e jesuítas – os primeiros escravizavam os Índios, mesmo sob os protestos dos segundos - e alem disso, combateu os índios , obrigando os vencidos a se transferirem para s missões jesuíticas.

Mem de Sá ficou no Brasil até morrer, em 1772. Após sua morte o rei D. Sebastião resolveu estabelecer dois governos , justificando que “as terras do Brasil, eram tão grandes e distantes umas das outras, não podiam ser tão inteiramente governadas como cumpria , por um só governador , com até aqui houve”. Desa forma, entre 1572 e 1578, o Brasil foi dividido em governo do Norte com capital em Salvador e governo do Sul, com capital no Rio de Janeiro. Em 1578, voltou a prevalecer apenas um governo – geral, o de Salvador. Em 1608 ocorreu novamente a mesma divisão, prevalecendo até 1612, quando Salvador voltou a ser a única sede.

Os governadores-gerais tinham três auxiliares diretos: o capitão-mor, o ouvidor-mor e o provedor –mor. O ouvidor e o provedor não eram subordinados ao governo estabelecido aqui na colônia. Respondiam diretamente ao rei, em Lisboa, e agiam como controladores das ações dos governadores-gerais, ou seja, funcionavam como contrapeso para que não houvesse abuso de poder e ato de infidelidade ao rei.

Decisão Portuguesa de Colonizar

A DECISÃO PORTUGUESA DE COLONIZAR O BRASIL.

Se a colônia sofria ameaças de invasão, a metrópole, por sua vez, não estava em melhores condições. Por volta de 1530, Portugal vivia uma série crise econômica motivada pelo enfraquecimento do comércio de produtos do Oriente, o qual passou a sofrer a concorrência de ingleses e holandeses. Além disso, havia os gastos excessivos exigidos para a manutenção do império e o desperdício da corte lusa, que insistia em viver no luxo. Até os lucros advindo da venda do pau-brasil estavam em baixa, pois a exploração predatória da madeira fez com que ela praticamente acabasse nas áreas mais próximas do litoral brasileiro.
Apesar de ter obtido grandes lucros no comércio das especiarias, esse capital não ficou em Portugal, por onde as riquezas apenas passavam, indo para outros lugares, principalmente para o mercado de Flandres, onde os portugueses compravam quase tudo o que consumiam, já que, seduzidas pelos lucros fáceis do comércio eles não se aplicavam no desenvolvimento da agricultura e das manufaturas. Com o declínio das atividades mercantis o povo português começou a passar necessidades.
A crise econômica e o perigo de perder a colônia na América foram fatores fundamentais na decisão portuguesa de colonizar o Brasil. D. João III, rei de Portugal em 1530, ordenou a organização de uma expedição que tinha como incumbência primordial lançar as bases da colonização no Brasil. O escolhido para comandar tal expedição foi Martins Afonso de Souza, uma pessoa de extrema confiança do rei. Martins Afonso de Souza edificou os órgãos da administração e ao mesmo tempo passou a conceder sesmarias.
Para efetivar a colonização, era necessário criar uma forma de organizar e administrar a terra. Uma vez que o governo Português não dispunha de recursos para pagar as contas das ocupações das terras resolveu dividi-las em grandes lotes, chamados de Capitanias hereditárias, que foram doadas a partir de 1534 a pessoas da pequena nobreza portuguesa, alem de soldados que se haviam destacados no Império Português do Oriente, ou ainda, a funcionários ligados à administração colonial.


Medina, Freitas Sinval. Dicionário de História da Civilização.
Editora Globo. Porto Alegre. 1967, 1973.

Aspectos da colonização portuguesa na America: o período pré-colonial (1500-1530).

À época da chegada de Cabral à América do sul (22/04/1500), as potencias européias dedicavam-se firmemente ao comércio, e Portugal não agia de forma diferente. A viagem de Vasco da gama às Índias, em 1498, finalmente abriu aos portugueses as portas do cobiçado comércio de especiarias do Oriente. Mesmo antes disso, o governo português havia criado, em 1444,a Companhia do Lagos (conhecida como Casa da Guiné) com o objetivo de explorar o comércio de escravos e de produtos da costa africana, como o ouro, o marfim, e peles de animais.

As ilhas do Atlântico também começaram a ser exploradas ainda no século XV. Na ilha da Madeira, iniciou-se o cultivo da cana-de-açúcar; nos Açores, produziam-se trigo, vinho e açúcar, além de gado. Foi nesse quadro de comércio próspero que o rei de Portugal conquistou as terras americanas que lhe cabiam segundo o tratado de Tordesilhas. Mas essas terras, num primeiro momento, não ofereceram as mesmas vantagens encontradas pelos espanhóis na sua porção americana, ou seja, a grande quantidade de metais preciosos.

Em 1501, a Coroa portuguesa enviou uma frota, comandada por Gonçalo Coelho para efetuar um reconhecimento das terras encontradas por Cabral no ano anterior. Veio junto o geógrafo e navegador florentino Américo Vespúcio, que teve a oportunidade de mostrar que as terras encontradas por Colombo e Cabral eram contínuas e constituíam um novo continente. Contudo, Gonçalo Coelho retornou a Portugal sem ter encontrado qualquer sinal da existência de metais preciosos. Ele ainda voltaria com outra expedição, algum tempo depois.

Apesar do desinteresse em ocupar as terras do atual litoral brasileiro, a Coroa e a burguesia de Portugal estavam interessadas na exploração de qualquer produto que pudesse dar lucro. Portanto nos primeiros trinta anos, após a chegada de Cabral, a principal riqueza levada do Brasil para a Europa foi o pau-brasil.

O pau-brasil aparecia numa grande extensão do litoral brasileiro, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, e foi carregado em grande quantidade para Europa por comerciantes portugueses. Ao se dar conta de que ficava de fora dos lucros desse comércio, o rei de Portugal estabeleceu o monopólio, ou estanco, do pau-brasil. Isso significava que somente pessoas autorizadas por eles podiam explorar a madeira. O primeiro português a receber autorização do rei para a extração oficial foi Fernando de Noronha.

A fim de organizar a extração, o governo fundou feitorias, que eram uma combinação de fortaleza militar e entreposto comercial, geralmente em portos naturais e que se constituíram na primeira forma de estabelecimento permanente dos portugueses na colônia.

A exploração da madeira que deu o nome ao nosso país foi realizada pensando-se nos lucros da burguesia e da Coroa de Portugal, sem nenhuma preocupação com os danos causados ao meio ambiente colonial, o que resultou em grave devastação nas matas mais próxima do litoral e na quase total extinção do pau-brasil.

Embora o governo e os comerciantes portugueses não vissem o Brasil como prioridade econômica naquele momento, todo esse avanço estrangeiro causou preocupação, o que levou a Coroa a organizar expedições, chamadas de expedições guarda-costas, cujo objetivo era policiar a costa brasileira a fim de impedir o escoamento da riqueza que os portugueses entendiam que lhes pertencia. Foram organizadas duas expedições guarda-costas, ambas comandadas por Cristovam Jacques: a primeira patrulhou o litoral de 1516 a 1519, e a segunda, de 1526 a 1528. Os conflitos com os franceses foram freqüentes, e os piratas capturados eram tratados com extrema crueldade. Apesar da violência, as expedições fracassaram, por causa da extensão do litoral a ser patrulhado e dos poucos recursos que Portugal disponibilizou para essa tarefa. A saída encontrada para solucionar esses problemas foi a colonização do Brasil.

COC. Sistema de Ensino. WWW.editora.coc.com.br

Editora COC – Empreendimentos Culturais Ltda. 2008.

OS PRIMEIROS HABITANTES DO BRASIL

"DESCOBERTA" DO BRASIL PELOS PORTUGUESES

Colonização portuguesa no Brasil

colonização portuguesa no Brasil teve como principais características:civilizar, exterminar, explorar, povoar, conquistar e dominar. Sabemos que os termos civilizar, explorar, exterminar, conquistar e dominar estão diretamente ligados às relações de poder de uma determinada civilização sobre outra, ou seja, os portugueses submetendo ao domínio e conquista os indígenas. Já os termos explorar, povoar remete-se à exploração e povoamento do novo território (América).

Entre 1500 a 1530, os portugueses efetivaram poucos empreendimentos no novo território conquistado, algumas expedições chegaram, como a de 1501, chefiada por Gaspar de Lemos e a expedição de Gonçalo Coelho de 1503, as principais realizações dessas expedições foram: nomear algumas localidades no litoral, confirmar a existência do pau-brasil e construir algumas feitorias.
Em 1516, Dom Emanuel I, rei de Portugal, enviou navios ao novo território para efetivar o povoamento e a exploração, instalaram-se em Porto Seguro, mas rapidamente foram expulsos pelos indígenas. Até o ano de 1530, a ocupação portuguesa ainda era bastante tímida, somente no ano de 1531, o monarca português Dom João III enviou Martin Afonso de Souza ao Brasil nomeado capitão-mor da esquadra e das terras coloniais, visando efetivar a exploração mineral e vegetal da região e a distribuição das sesmarias (lotes de terras).
No litoral do atual estado de São Paulo, Martin Afonso de Souza fundou no ano de 1532 os primeiros povoados do Brasil, as Vilas de São Vicente e Piratininga (atual cidade de São Paulo). No litoral paulista, o capitão-mor logo desenvolveu o plantio da cana-de-açúcar; os portugueses tiveram o contato com a cultura da cana-de-açúcar no período das cruzadas na Idade Média. 

Leandro Carvalho
Mestre em História




EXPANSÃO ULTRAMARINA - PIONEIRISMO PORTUGUÊS

Após a deflagração da Revolução de Avis, Portugal passou por um processo de mudanças onde a nacionalização dos impostos, leis e exércitos favoreceram a ascendência das atividades comerciais de sua burguesia mercantil. A prosperidade material alcançada por meio desse conjunto de medidas ofereceu condições para o investimento em novas empreitadas mercantis.

Nesse período, as principais rotas comerciais estavam voltadas no trânsito entre a Ásia (China, Pérsia, Japão e Índia) e as nações mercantilistas européias. Parte desse câmbio de mercadorias era intermediada pelos muçulmanos que, via Mar Mediterrâneo, introduziam as especiarias orientais na Europa. Pelas vias terrestres, os comerciantes italianos monopolizavam a entrada de produtos orientais no continente.

A burguesia portuguesa, buscando se livrar dos altos preços cobrados por esses intermediários e almejando maiores lucros, tentaram consolidar novas rotas marítimas que fizessem o contato direto com os comerciantes orientais. Patrocinados pelo interesse do infante Dom Henrique, vários navegadores, cartógrafos, e homens do mar foram reunidos na região de Sagres, que se tronou um grande centro da tecnologia marítima da época.

Em 1415, a Conquista de Ceuta iniciou um processo de consolidação de colônias portuguesas na costa africana e de algumas ilhas do Oceano Atlântico.