A DECISÃO PORTUGUESA DE COLONIZAR O BRASIL.
Se a colônia sofria ameaças de invasão, a metrópole, por sua vez, não estava em melhores condições. Por volta de 1530, Portugal vivia uma série crise econômica motivada pelo enfraquecimento do comércio de produtos do Oriente, o qual passou a sofrer a concorrência de ingleses e holandeses. Além disso, havia os gastos excessivos exigidos para a manutenção do império e o desperdício da corte lusa, que insistia em viver no luxo. Até os lucros advindo da venda do pau-brasil estavam em baixa, pois a exploração predatória da madeira fez com que ela praticamente acabasse nas áreas mais próximas do litoral brasileiro.
Apesar de ter obtido grandes lucros no comércio das especiarias, esse capital não ficou em Portugal, por onde as riquezas apenas passavam, indo para outros lugares, principalmente para o mercado de Flandres, onde os portugueses compravam quase tudo o que consumiam, já que, seduzidas pelos lucros fáceis do comércio eles não se aplicavam no desenvolvimento da agricultura e das manufaturas. Com o declínio das atividades mercantis o povo português começou a passar necessidades.
A crise econômica e o perigo de perder a colônia na América foram fatores fundamentais na decisão portuguesa de colonizar o Brasil. D. João III, rei de Portugal em 1530, ordenou a organização de uma expedição que tinha como incumbência primordial lançar as bases da colonização no Brasil. O escolhido para comandar tal expedição foi Martins Afonso de Souza, uma pessoa de extrema confiança do rei. Martins Afonso de Souza edificou os órgãos da administração e ao mesmo tempo passou a conceder sesmarias.
Para efetivar a colonização, era necessário criar uma forma de organizar e administrar a terra. Uma vez que o governo Português não dispunha de recursos para pagar as contas das ocupações das terras resolveu dividi-las em grandes lotes, chamados de Capitanias hereditárias, que foram doadas a partir de 1534 a pessoas da pequena nobreza portuguesa, alem de soldados que se haviam destacados no Império Português do Oriente, ou ainda, a funcionários ligados à administração colonial.
Medina, Freitas Sinval. Dicionário de História da Civilização.
Editora Globo. Porto Alegre. 1967, 1973.
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